Tudo começou em julho de 2019, quando comecei a trabalhar como voluntária em um abrigo ao mesmo tempo em que alimentava animais de rua. Depois de um mês (em agosto), iniciei meus próprios resgates, mas em condições e local muito precários, pois tínhamos apenas um terreno onde havia uma casa – sem água e sem energia.
Nosso trabalho consiste em acolher e abrigar temporariamente Cães e Gatos em situação de rua (abandonados). Esse trabalho só é possível com a ajuda de alguns parceiros que custeiam nossos hóspedes até que sejam adotados, por isso sua ajuda é muito importante para nós.
Tornar-se referência em abrigo para Cães e Gatos em situação de rua (abandonados) em qualidade no acolhimento, tratamento, bem-estar e suporte em uma possível adoção.
Respeito, Honestidade, Humildade, Empatia, Senso de Justiça, Educação, Solidariedade e Ética. Nosso lar temporário não existe um dono, mas sim uma corrente do bem gerida por todas as pessoas envolvidas na causa animal, sejam remuneradas ou voluntárias. O foco aqui é e sempre será o amor aos nossos cães e gatos, hospedados que poderão ou não ser adotados.
O início foi muito difícil e doloroso, pois além da falta de uma estrutura física adequada, não tínhamos nenhum conhecimento médico a respeito, por exemplo, de algumas doenças contagiosas comuns, como cinomose e parvovirose que acometem os cães, e Fiv e Felv que acometem os gatos. Assim, munidos apenas dos sentimentos de urgência e muita força de vontade, acomodamos todos os animais resgatados em um mesmo espaço, o que nos levou a perder alguns bichinhos, principalmente filhotes. Entretanto, outros sobreviveram e, entre eles, nossa FILÓ, a primeira filhotinha que resgatamos e que sobreviveu à cinomose. Assim, em homenagem a ela e à superação de um período muito difícil e doloroso para ela principalmente, e para nós, demos o nome do abrigo de “CANTINHO DA FILÓ”. Nossa mascote representa toda a luta por trás da causa animal.
Em setembro, Ramos, meu esposo, iniciou a construção do Cantinho com recursos próprios e até hoje é mantido por ele, pois as doações recebidas representam 5% do nosso custo.
Atualmente, estamos sob a nossa guarda mais de 500 animais entre cães e gatos, e todos eles passam por avaliação médica ao chegarem ao Abrigo. São vermifugados, tomam antiparasitários e, caso estejam saudáveis, iniciamos imediatamente as vacinas antirrábica e antiviróticas (V4 para os gatos e V10 para os cães), todas importadas. Caso estejam com algum problema de saúde, são submetidos a tratamento para só depois serem vacinados. Ah, e todos possuem cartões de vacinação!
Para dar conta de tudo isso (medicação, banho, limpeza do Abrigo, etc.), contamos com quatro funcionários fixos e um veterinário que nos dá toda a assistência necessária.
São muitas as dificuldades, porém é muito gratificante tirá-los das ruas, onde vivem em péssimas condições, e levarmos para um lar onde todos os amam verdadeiramente. Porém, mais prazeroso ainda é acompanhar a evolução dos que chegam doentes e alcançam sua total recuperação. Entre os muitos casos que assim chegaram ao nosso Abrigo, temos o de Galega, o de Dálmata e o de Guerreiro, os quais têm grande significado para nós. No início, dadas as condições de Galega, o médico disse que ela não voltaria a andar. Que nada! Ela superou as expectativas e hoje corre por todo o Cantinho da Filó! Quanto a Dálmata e Guerreiro, o sofrimento era tanto, que se pensou até mesmo em eutanásia. Eutanásia?! Que nada também! Hoje estão por lá recepcionando os novatos e vendendo saúde!
Nosso desejo é acolher a todos, mas, infelizmente, isso não é possível. E, apesar de todo o carinho e amor que oferecemos aos que conseguimos resgatar, uma coisa nos entristece nessa luta: é saber que nem todos conseguirão um lar. Tentamos suprir essa carência, mas nem sempre isso é possível. Alguns, mais sensíveis, se aconchegam pedindo carinho e os acolhemos. Mas é pouco. Precisam de uma família que os amem verdadeiramente…
Agradecemos a DEUS, eu e meu esposo, a oportunidade de abraçar a causa animal, pois não tem preço a felicidade que sentimos de poder beijar e aconchegar nossos filhos de quatro patas. Mas também sentimos um arrependimento: o de não termos percebido o “chamado” há mais tempo.
Nosso pedido: Venham ao Cantinho da Filó e adotem um animalzinho!